Coincidentemente ou não, na semana que fechara Abril, foi notícia no dia 28 - Parque Natural de Tope de Coroa, situado no Planalto Norte, continua por implementar 14 anos após a sua criação - e, no dia seguinte aconteceu que - Santo Antão: incêndio de grandes proporções deflagra no perímetro florestal do Planalto Leste - sendo que, foram perdidos 3 hectares de área florestal no Planalto Leste e que a sua origem ainda não foi conhecida.

À hora indicada como início do incêndio no Planalto Leste, 05H00, e ao tempo que demora para que o Parque Natural de Tope de Coroa seja implementado no Planalto Norte, vai em 14 anos, só me resta apontar, em ambos os casos, a mão e a incapacidade humanas como consequências óbvias para a perpetuação dos referidos flagelos. Se no primeiro caso podemos condenar, de certa forma, a actuação inconsequente no âmbito das queimadas realizadas pelos agricultores naquelas áreas, onde deve-se proceder à acções concretas de sensibilização e cuidados que estes devem ter a este nível, também podemos deduzir que a intenção premeditada na destruição daquelas áreas florestais (às cinco da madrugada!) é um caso sério que se deve ter em consideração se se quer proteger e desenvolver aquelas áreas verdes das nossas montanhas, então no segundo caso, podemos condenar, de todas as formas, a actuação ineficaz, incapaz, intemporal e incompreensível das autoridades, dos técnicos e dos demais envolvidos na implementação não implementada do suposto Parque Natural não oficial de Tope de Coroa.

Entre a projecção do que se pretende vir a ter, como é o caso do Parque Natural de Tope de Coroa que está por implementar e a perpetuação do que já se tem, como são os casos dos Parques Naturais de Moroços e de Cova/Ribeira da Torre/Paul que já estão implementados, quero antes saber, onde andam as funcionalidades, os objectivos e as práticas, os ganhos concretos, as vantagens precisas as protecções/preservações sugeridas ou os desenvolvimentos previstos numa, noutra ou em todas as páginas documentadas pelos conceituados senhores doutores nos âmbitos dos referidos Parques Naturais? Sim, porque implementar e deixar à deriva, à mercê de incêndios aqui de queimadas acolá, porque está no papel e é bonito assim, creio que não nos valerá de nada, mesmo nada. Será que o trabalho ambiental dos três municípios, cada um por si ou todos em conjunto, se resume a esta pasmaceira, que ano após ano, vai deixando morrer o que sempre deu vida à ilha? Será mesmo preciso submeter a ilha à Regionalização para que percebam que a tratar dos mesmos planos, um aqui e ouro ali, é matar, serenamente, Santo Antão como um todo? Enfim...

A verdade é que se não houver reais acções e mais concretas acções não só nos Planaltos Norte e Leste mas sim em todo o Santo Antão, que pinga à Norte, respinga à Leste, minga à Sul e vinga à Oeste, o mais certo é virmos a embarcar do verde que é toda a paisagem natural e montanhosa da ilha para uma escuridão de vista que será (podendo vir a ser) a nossa famosa ilha Santo Antão...

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